Empresário suspeito de armazenar 200 mil arquivos de pedofilia é solto no RS
O delegado Mauricio Barison, que investiga o caso, afirma que as fotos e vídeos retratavam "estupros de crianças, bebês e até mesmo recém-nascidos"
O empresário de 37 anos suspeito de armazenar 200 mil arquivos de pedofilia em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foi solto, informou o Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira (30). De acordo com o MP, o investigado vai cumprir medidas cautelares (veja abaixo).
Para o delegado Mauricio Barison, que investiga o caso, o homem é "o maior armazenador de conteúdos de pedofilia do Rio Grande do Sul". O suspeito, que não teve o nome divulgado, havia sido preso em flagrante na última semana.
O delegado afirma que fotos e vídeos retratavam "estupros de crianças, bebês e até mesmo recém-nascidos". Alguns dos atos violentos aconteciam com a utilização de "instrumentos religiosos", configurando "atos sexuais com tortura", de acordo com Barison.
Em uma audiência de custódia, a Justiça determinou a liberação provisória do homem, investigado por adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
O MP afirma que o crime tem pena máxima de quatro anos de reclusão e que, "apesar da gravidade do delito, o parecer pelo pedido de liberdade provisória deve-se ao crime não preencher os requisitos para pedido de prisão preventiva". Segundo o MP, a prisão preventiva só poderia ser adotada se o investigado fosse reincidente, o que não é o caso.
Entre as medidas cautelares, estão:
uso de tornozeleira eletrônica;
comparecimento periódico em juízo a cada 30 dias, para informar e justificar suas atividades;
recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga.
Investigação
A investigação durou cerca de nove meses. O suspeito realizava downloads de arquivos da internet e os armazenava em diversos dispositivos, como notebooks e HDs externos, para dificultar o rastreamento da localização, segundo a polícia. De acordo com Barison, o homem admitiu a prática aos policiais.
"Chamou a atenção a quantidade expressiva de arquivos localizados e o perfil grotesco das imagens e vídeos, muitos envolvendo abusos sexuais de recém-nascidos, bebês e crianças, até mesmo com o uso sexual abusivo de objetos religiosos", disse Barison.
A polícia informou ainda que a residência do suspeito foi fotografada para que as autoridades apurem se alguma das cenas de pedofilia foi gravada no local. Além dos 200 mil arquivos apreendidos, mais 160 GB de conteúdo foram encaminhados ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) para extração e análise.
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