Quase um ano após estrutura ser derrubada por enchente, nova no Vale do Taquari é inaugurada
- Saimon Ferreira
- 11 de abr.
- 3 min de leitura
Estrutura na RS-130 que passa sobre o Rio Forqueta, é a principal ligação entre Lajeado e Arroio do Meio

A espera da comunidade do Vale do Taquari para inauguração da ponte sobre o Rio Forqueta, entre Lajeado e Arroio do Meio, acabou na manhã desta quinta-feira (10). Principal ligação entre os municípios da região, a ponte foi destruída pela enchente em maio de 2024 e precisou ser refeita.
O primeiro veículo a passar pela nova estrutura foi uma ambulância da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que cruzou a nova ponte às 9h20min, dando fim à espera de quase um ano.
A nova estrutura possui 172 metros de extensão, 51 metros a mais do que a anterior, e é cinco metros mais alta do que a antiga ponte, como medida de prevenção para futuras cheias.
A passagem de pedestres pela ponte segue em obras e deve ser aberta nas próximas semanas.
O custo total da obra foi de R$ 22,35 milhões, sendo R$ 14,05 milhões para a ponte e R$ 8,30 milhões para os aterros. O valor foi pago com recursos de arrecadação dos pedágios da EGR.
Fim da espera
Primeira a cruzar a ponte, a ambulância da EGR passou no sentido Lajeado a Arroio do Meio para marcar a retomada às 9h20min.
Entre os veículos não oficiais, os caminhões foram maioria nos primeiros minutos de liberação. Os motoristas buzinavam para comemorar a liberação.
Do lado de Arroio do Meio, um dos primeiros a aguardar na fila para cruzar a ponte era o caminhoneiro Henrique Freitas, que trabalha em uma empresa de Canoas, mas passa constantemente pelo local para guinchar veículos pesados.
— Cheguei às 8h15min aqui e agora estou esperando. O caminho antes tava bem dificultoso porque a gente trabalha com carga pesada — disse o motorista, que antes perdia até duas horas para passar na ponte do Exército.
A ansiedade pela inauguração também levou moradores da região a acompanhar a liberação. A empresária Michele Gonçalves mora em Lajeado, mas tem a sede da empresa em Arroio do Meio. Ela se emocionou ao lembrar do período em que precisava passar de barco e das longas esperas na ponte de ferro.
— Só quem precisa dela (da ponte) diariamente tem noção da importância. É um dia extremamente emocionante, ter de novo o direito de ir e vir de uma maneira tão fácil que há quase um ano não temos mais — disse a empresária.
Fim dos transtornos
Desde junho do ano passado, a travessia entre os municípios ocorria pela histórica ponte de ferro — também levada pelas águas e reconstruída. A passagem na estrutura funcionava no esquema pare e siga. Por isso, motoristas enfrentavam longos congestionamentos em horários de maior movimento.
A situação impactava não só moradores de Lajeado e Arroio do Meio, como de Encantado, Muçum e Roca Sales.
Atrasos
O prazo original para entrega da ponte da RS-130 era dezembro de 2024, conforme previa o contrato emergencial assinado. Mas, no início daquele mês, a EGR, em reunião com o Ministério Público, se comprometeu com outro prazo: 29 de março, com previsão de multa para a empresa por dia de atraso.
A entrega novamente atrasou e uma nova previsão foi dada: a ponte deveria ser entregue no fim de semana passado, junto da inauguração do Cristo Protetor de Encantado. A estrutura só foi aberta parcialmente no domingo para veículos leves, sem a camada asfáltica.
O diretor-presidente da EGR, Luís Fernando Vanacor, disse que os atrasos ocorreram em razão de ajustes de projeto e por influência do clima. No entanto, reafirmou que a ponte foi entregue em um tempo recorde, com sete meses de construção.
— Das que caíram no Estado, talvez seja a mais complexa de todas, pela altura dos pilares, o central tem 29 metros de altura, isso dá uma magnitude do tamanho da ponte — disse.
Com a liberação, a cobrança de pedágios na praça de Encantado deve ser retomada. Ainda não há data prevista, mas Vanacor afirma que deve ocorrer ainda neste mês.
— A gente tem de fazer a recuperação de todos os gastos que tivemos aqui. Foi o trecho com maior volume de recursos — explicou.
A EGR afirma que vai justificar os dias de atraso para evitar cobrança de multas pelo Ministério Público.
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