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URI aprova projeto relacionado à Química Verde, propulsora de inovações tecnológicas sustentáveis


Fotos: Divulgação

A Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI Câmpus Santiago aprovou, dia 13 de julho, o projeto “Química Verde: Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia Amilácea para a Geração de Energia Renovável, na Nova Fronteira Agrícola do Rio Grande Do Sul” no edital Techfuturo, chamada pública da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SCIT), n° 03/2022, o qual busca apoiar e fomentar projetos de inovação aberta para o aprimoramento de produtos, processos e serviços a partir da aplicação de tecnologias portadoras de futuro. Essas tecnologias envolvem métodos e ferramentas de uso inovador.


A busca por tecnologias limpas – baseadas em práticas que previnem ou minimizem problemas ambientais, tais como o elevado consumo de insumos, a poluição e a geração de resíduos - torna-se cada vez mais necessária, em virtude dos impactos ambientais provocados pela utilização de combustíveis fósseis, também, com a crescente escassez das fontes naturais de obtenção dos mesmos.


É nesse cenário, que a Química Verde ganha espaço, pois atua como uma ciência propulsora de inovações tecnológicas sustentáveis, em especial na produção de etanol, através da otimização dos processos químicos e maximização do seu rendimento, por meio de culturas desenvolvidas localmente, explica o professor da universidade, que está envolvido no projeto, Maximiliano Oliveira da Silva.


Conforme o coordenador do mesmo, professor Higor Machado de Freitas, a iniciativa visa aperfeiçoar as diferentes fases da produção de etanol hidratado por via enzimática, sob a ótica da indústria, como também, capacitar produtores, técnicos e empresários na produção de etanol. Ou seja, nesta produção do etanol a partir do milho, trigo e sorgo, por exemplo, por via enzimática, as enzimas irão acelerar o processo de extração de amido dessas culturas. Enzimas são catalisadores biológicos responsáveis por aumentar a velocidade de uma determinada reação química.


Mais sobre o projeto


A equipe multidisciplinar do projeto conta com a participação de professores e estudantes dos cursos de Administração, Agronomia, Ciências Ambientais e Farmácia. Também, de analistas de Tecnologia da Informação (NTI) da URI Santiago, técnicos da EMATER, membros do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e da equipe de desenvolvimento da Limana Poli Serviços Eireli. As atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação serão realizadas nos laboratórios e na Usina Modelo da URI Santiago.


Nesse projeto, será possível otimizar o processo de produção de etanol com matérias-primas não convencionais (utilizando amiláceas), via enzimática. A professora da URI, Clarissa Obem dos Santos, afirma que por apresentarem açúcares que se encontram em uma forma mais complexa, se faz necessário uma hidrólise enzimática (reação química, quando uma enzima quebra uma molécula em outras menores utilizando água), contribuindo assim, para um maior rendimento do produto final.


Para o docente Henrique Moreira Fruh Machado, o trabalho traz a oportunidade de compreender a cadeia de suprimento e produção do etanol, a partir de culturas amiláceas, desde o plantio da matéria-prima até o produto final, pronto para o consumo, bem como, analisar a viabilidade financeira da produção de etanol.


Mas esta caminhada relacionada ao etanol não começou agora. O gestor do Polo de Modernização Tecnológica do Vale do Jaguari (PMTVJ), professor Júlio Cesar Wincher Soares, lembra que o desenvolvimento e transferência de tecnologia para a produção de etanol deu o seu pontapé no ano de 2008, através do edital de Polos Tecnológicos, quando foi conduzido o projeto “Avaliação de Variedades de Cana-de-açúcar na Produtividade de Álcool”, coordenado pelo professor Vânius Ventorini Veiga. Já em 2019, a equipe do PMTVJ auxiliou na construção da Política Estadual de Estímulo à Produção de Etanol e do Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Etanol - PRÓ  ETANOL/RS, origem da Lei Estadual nº 15.641, de 31 de maio de 2021.


A nova iniciativa, com subvenção econômica de R$968.939,11, está inserida no conceito de inovação aberta, conectando atores da universidade, empresas, indústria, governos e da sociedade civil organizada para o desenvolvimento e transferência de tecnologia de energia renovável. Wincher comemora o fato disso contribuir com o desenvolvimento sustentável do Vale do Jaguari, uma nova fronteira agrícola do Sul do Brasil.


O que dizem as autoridades:


A Diretora Geral da URI Santiago, professora Michele Noal Beltrão, ressaltou a importância de projetos desta envergadura para o desenvolvimento de uma região e o quanto fica realizada em ver a URI cumprindo com a sua missão de universidade comunitária.


O prefeito de Santiago, Tiago Gorski Lacerda, comentou que são diversos os benefícios que os municípios do Vale do Jaguari tem a conquistar, sejam eles no relevante incremento do retorno do ICMS e outros impostos, bem como a geração de emprego formal, o fortalecimento das culturas de inverno e toda cadeia produtiva, das novas empresas de suporte ao setor que deverão surgir em paralelo ao empreendimento.


Outro benefício é a inserção, cada vez maior, do Vale do Jaguari como potencial território para o desenvolvimento do agronegócio e da industrialização derivada do mesmo. Para o Chefe do Executivo, “poder colocar o Vale do Jaguari no mapa dos investimentos de biocombustíveis é uma de nossas maiores conquistas, além da tão sonhada industrialização das matérias-primas aqui produzidas”.


Além disso, o projeto poderá alavancar a produção de proteína animal, através da instalação e ampliação de fábricas de ração e confinamentos, especialmente de bovinos, os quais consumirão o DDGS – considerável fonte de proteína, aminoácidos, energia, fósforo e outros nutrientes. Salienta-se também, o estímulo ao plantio de florestas de eucalipto para a produção de lenha/cavaco visando fornecer fonte de energia para as usinas.


Com informações/Texto: Coordenação do projeto


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